O que se perdeu no mercado de trabalho em 2025?
- Jéssika
- há 3 dias
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O mercado de trabalho passou por mudanças rápidas nos últimos anos, mas 2025 deixou claro que nem toda transformação foi bem absorvida pelas empresas e pelas pessoas. Muitos debates importantes perderam força ao longo do caminho e isso gerou impactos reais no dia a dia profissional. Ao observar essas vertentes que se enfraqueceram, é possível perceber que ainda existe uma distância entre o discurso de inovação e a prática das organizações. Por isso é tão essencial revisitar o que ficou esquecido para entender como avançar de forma mais consciente, responsável e resgatar o que se perdeu no mercado de trabalho em 2025.

Em 2025 o mercado de trabalho mostrou que ainda tropeça nas mesmas pedras. Uma das vertentes mais discutidas foi o trabalho remoto que, para muitas empresas, continuou sendo tratado como vilão. Mesmo depois de tantas pesquisas provando que a produtividade aumenta quando as pessoas têm autonomia, parte das lideranças insistiu em ver o presencial como a única forma válida de trabalhar. Essa postura gerou conflitos desnecessários e prejudicou talentos que poderiam entregar ainda mais em modelos mais flexíveis. É impressionante como algumas organizações seguem desconectadas da realidade da força de trabalho atual.
Outro ponto que se perdeu ao longo do ano foi a romantização das jornadas em excesso. Ainda existe um discurso bonito de colaboração e empenho, mas na prática muitos profissionais foram empurrados para rotinas que não respeitam limites humanos. Trabalhar até tarde virou quase um troféu silencioso. O problema é que isso custa caro para todo mundo. Quando o excesso vira cultura, o desempenho cai, o clima pesa e a empresa perde criatividade e energia. Essa ideia precisa ficar para trás, especialmente agora que o ano termina e o impacto desse ritmo já está evidente.
Também chamou muita atenção a forma como o cuidado com a saúde mental foi deixado de lado depois da pandemia. Durante o período mais crítico do mundo recente, todos falavam em empatia e acolhimento. Em 2025 parece que muitos esqueceram o que viveram. Programas de bem estar foram reduzidos e as conversas sobre equilíbrio emocional esfriaram. Esse afastamento é perigoso, porque a pressão aumentou e o adoecimento silencioso cresceu. Não existe empresa forte sem pessoas bem cuidadas, e essa é uma pauta que deveria ser tratada como prioridade constante e não apenas como tendência passageira.
Temas de diversidade também perderam espaço ao longo do ano. Muitas organizações recuaram em ações importantes e adotaram discursos neutros demais por medo de se posicionar. A diversidade não pode ser colocada numa prateleira quando o cenário fica desafiador. Ela precisa estar no centro das decisões.
Outro comportamento que se destacou negativamente em 2025 foi a postura de algumas pessoas gestoras que romantizam estarem sempre ocupadas. Elas vivem em reuniões intermináveis, agendas lotadas e discursos de falta de tempo, mas entregam pouco em termos de decisões e direção. Essa “ocupação performática” não só atrasa processos como também desmotiva equipes, que observam esforços sendo desperdiçados em tarefas que não trazem resultado real. Líderes que confundem movimento com produtividade acabam criando ambientes confusos e pouco estratégicos e em 2026, será essencial resgatar a liderança que resolve, prioriza e simplifica, e não a que se esconde atrás da correria para evitar responsabilidades.
Da mesma forma, 2025 expôs uma vertente preocupante entre alguns profissionais: a sensação de que basta ter talento para que tudo seja feito exatamente do jeito que desejam. Muitos perderam o senso de responsabilidade e deixaram de cumprir sua parte, como se colaboração, entrega consistente e postura profissional fossem opcionais. Essa inflexibilidade, alimentada por ego e pela dificuldade de lidar com frustrações, enfraquece o espírito coletivo e coloca em risco avanços conquistados desde a pandemia, como autonomia, confiança e modelos de trabalho mais humanos. Para que 2026 seja realmente diferente, será essencial resgatar o compromisso com o todo, o respeito pelos acordos e a maturidade necessária para que o que foi construído não se perca pelo caminho.
Encerrar o ano com reflexão verdadeiramente intencional é a chave para transformar 2026 em um ciclo mais equilibrado, humano e estratégico. O que se perdeu em 2025 não precisa se repetir. Ao reconhecer as falhas e recolocar em pauta temas essenciais como flexibilidade, saúde mental, diversidade e limites saudáveis, é possível construir relações de trabalho mais inteligentes e ambientes mais saudáveis.
Mais do que planejar metas, é hora de planejar cultura, comportamento e presença. O próximo ano pode ser muito mais próspero se as empresas e as pessoas tiverem coragem de retomar o que realmente importa.



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